AS CRIANÇAS SÃO A MELHOR COISA DO MUNDO

São fonte de alegria e de sorrisos e raramente fingem quando estão doentes...
Este é mais um espaço que espero útil para aqueles que por cá passem ...

29/04/2010

MITO NÚMERO 3

A febre e as convulsões... De um modo geral, toda a gente tem medo da febre: é o sintoma que mais motiva idas à urgência. Até prova em contrário, é sinal de infecção e é um bom sinal de resposta do sistema imunitário do corpo humano. Geralmente o medo da febre deve-se a um medo ainda maior: o das convulsões!! É assustador para quem assiste, parece demorar uma eternidade e não se sabe o que fazer. Nestas situações deve tentar-se manter a calma e perceber quanto tempo demora a crise (segundos, 5 minutos, ...), não colocar nada na boca da criança, afastá-la de objectos que possam magoá-la e perceber os movimentos que faz (se fica dura, se treme os braços e pernas, se revira os olhos, se se baba) e trazê-la para o hospital. Pode tentar medir-se a temperatura e colocar paracetamol. Durante a convulsão, a criança perde a consciência (chamam por ela e não reage) e após o episódio fica com uma grande sonolência. Os pais pensam que as convulsões estão associadas a temperaturas de 40-41ºC mas isto não é verdade. As convulsões febris banais da criança ocorrem geralmente nas primeiras 24 horas de febre e com a subida da temperatura (pode ser de 38ºC). Muitas vezes há história na família de convulsões febris em criança. Claro que há excepções: as crianças com epilepsia têm convulsões com febre porque têm uma menor tolerância à mesma, mas os pais sabem disso. Há que ter em atenção que nem todas as convulsões com febre são banais e por isso têm de ser avaliadas por um médico, sobretudo se for o primeiro episódio. Às vezes, a subida da febre dá um calafrio com um tremor que parece uma convulsão.

MB

28/04/2010

MITO NÚMERO 2

Os dentes não dão febre!! É comum ouvir esta expressão mas ela não é verdadeira. Os dentes ao romperem tornam o bebé mais irritado e fazem com que se babem mais. Eles levam muitas vezes as mãos e os objectos contaminados à boca, o que provoca uma maior probabilidade de infecção. As infecções, essas sim, dão febre, e quase sempre, simultaneamente "ao nascer dos dentes" existe uma constipação.

MB

27/04/2010

MITO NÚMERO 1

Mamãs e papás podem cortar o cabelo e as unhas dos vossos bebés durante a digestão e não se preocupem porque não vão ter alterações da linguagem ou perder a fala.

MB

19/04/2010

O PRIMEIRO BANHO E OS SEGUINTES

O primeiro banho (e os seguintes) dos bebés constitui alguma fonte de stress nos prestadores de cuidados e por esse motivo o seu ensino é feito ainda na maternidade. O banho deve ser dado numa banheira apropriada e é muito importante ter o cuidado de apoiar bem a cabeça do bebé (nestas idades é muito grande e pesada em comparação com o resto do corpo). ATENÇÃO: Os bebés afogam-se em 10 cm de água!! A água deve estar à temperatura do corpo (35º) e deve ser sempre testada na sua mão antes de colocado o bebé na banheira. Deve dar-se banho com uma esponja/pano e com um gel de banho neutro próprios para bebé (nas primeiras semanas não precisam de champôs mas depois use preferencialmente um da mesma linha) e seca-lo com uma toalha de algodão. A rotina do banho pode ser calmante para alguns e excitante para outros, por isso perceba a reacção que o banho tem no seu bebé para decidir a hora. Como não há choque térmico, o banho pode ser posterior ao leitinho. Os brinquedos no banho (patinho, livro) poderão ser úteis mas não nos primeiros meses de vida nem em demasia. Após o banho aproveite para massajar o bebé com leite corporal e vale a pena colocar um bom creme barreira com vitamina A na zona da fralda para evitar irritações (sobretudo após os cócós). Existem ainda vários toalhetes de limpeza no mercado, quase todos sem álcool, mas com perfume, que podem piorar as irritações da pele. Nesses casos deve limpar-se com compressas.

MB

O CORDÃO UMBILICAL

O cordão umbilical é composto normalmente por três vasos que levam o oxigénio e os nutrientes da placenta da mãe ao bebé (e "coisas" menos boas como o tabaco ou medicamentos) permitindo que ele cresça. Quando o bebé nasce, o cordão é cortado e é colocada uma mola para clampar e não sangrar. O bebé é assim obrigado a respirar por si, chorando e permitindo a entrada do ar nos pulmões. O cordão inicialmente é gelatinoso, de cor cizenta-azulada mas progressivamente vai secando e escurecendo até que cai normalmente entre a segunda e a terceira semanas de vida. Actualmente os únicos cuidados a ter com o cordão são lavar no banho, desinfectar com álcool a 70º (sempre da base do umbigo para cima) e dobrar a fralda de modo a que não fique em cima do cordão. Não se recomendam faixas, compressas ou cintas, apesar de existirem no mercado: deve deixar-se secar ao ar. Se notar mau cheiro, vermelhidão ou pús na zona do umbigo deve falar com o médico assistente porque pode estar a fazer uma infecção. Por vezes surgem hérnias após o coto umbilical cair mas que não têm risco de estrangular e por isso, mais uma vez não é necessário colocar faixas de contenção. As hérnias do umbigo ficam sempre mais salientes quando o bebé chora ou tosse mas não representam perigo para ele (apesar de preocuparem muito os pais) e tendem a diminuir de tamanho com a idade, sendo corrigidos cirurgicamente, por uma questão estética, normalmente após os 8 anos de idade.

MB

OLHOS, NARIZ, OUVIDOS E AINDA SOLUÇOS

Os olhos dos bebés devem ser limpos com compressas com soro fisiológico, de dentro para fora. As secreções tendem a acumular-se no canto do olho perto do nariz, entupindo um pequeno buraquinho que drena as lágrimas e que por isso deve ser massajado. Se o olho começar a colar, com ramela, deve contactar o médico assistente.



O nariz do bebé é muito sensível ao novo ambiente que o rodeia, defendendo-se com secreções e espirros e por isso é costume ouvir-se dizer que nasceu "constipado". Deve colocar-se soro fisiológico em cada narina mas evitar aspirar constantemente, porque após a sensação de alívio, as narinas ainda ficam mais obstruídas e o bebé respira pior, além de que se pode magoar. Se tiver tosse, ranhoca no nariz, não se alimentar bem ou estiver cansado, é diferente e tem de ser visto por um médico.



Os ouvidos produzem cera que os protege contra as infecções e por isso a expressão "os ouvidos só se limpam com os cotovelos" é bem verdadeira. Pode limpar-se com a toalha por fora e nada mais. Se notar um cheiro fétido, com pús a sair do ouvido deve procurar o médico assistente.



Os soluços resultam de espasmos do diafragma, músculo que separa o tórax da barriga, e quase sempre ocorrem depois da alimentação, devido ao ar engolido. São frequentes e passam sozinos, não tendo gravidade.

MB

POSIÇÃO DE DORMIR

Antigamente dizia-se que os bebés deviam dormir de barriga para baixo. No entanto, estudos comprovaram que a morte pelo Síndrome de Morte Súbita do Lactente (da qual ainda se conhece pouco) era menos frequente na posição de barriga para cima e por isso esta passou a ser a recomendação: DORMIR DE COSTAS, ora com a cabeça para um lado, ora para outro, para não a deformar. As vezes, por medo de engasgamento com o bolçado/vómito, os pais preferem colocá-los de lado, mas os estudos provam que o risco de morte continua a ser maior do que dormir de costas e além disso mais facilmente se viram de bruços. Assim, posição de dormir? DE BARRIGA PARA CIMA!!! Acordados, podem estar em qualquer posição.

MB

SINAIS DE ALARME NO BEBÉ

A todos o bebé com febre (Trectal>38º), sobretudo até aos 3 meses, deve ser administrado paracetamol e comunicado ao médico assistente. Febre é quase sempre sinal de infecção e é necessário compreender qual a sua origem. Às vezes os bebés estão demasiado agasalhados ou com a temperatura do quarto muito elevada, podendo ficar irritados e com a temperatura corporal mais alta apenas por sobreaquecimento. Em bebés maiores, a não ser que tenham sintomas preocupantes deve esperar-se 3 dias até procurar o médico para perceber qual a evolução da doença.



Outros sinais de alarme são: "pintas" no corpo, "falta de ar", recusa em alimentar-se, irritabilidade, gemido, prostração, sonolência, convulsões, vómitos persistentes, sangue nas fezes, "barriga dura", olhos encovados, boca seca, não fazer chichi...

MB

CHICHIS E CÓCÓS

Todos os bebés quando saem da maternidade já tiveram o seu primeiro chichi e cócó e muitas vezes fazem-no logo após o nascimento.

O chichi dos bebés (e de toda a gente) deve ser amarelo. Por vezes é difícil avaliar se o bebé já urinou porque na fralda o chichi aparece misturado com as fezes. Deve alertar-vos a urina cor "vinho do porto" ou "coca-cola" e falar com o médico assistente. Durante as primeiras semanas de vida, é frequente aparecerem umas manchas alaranjadas na fralda que podem parecer sangue mas que em princípio nao serão (a não ser que vejam mesmo sangue na urina ou alguma ferida). São uns cristais que existem na urina ácida dos bébés que se chamam uratos e que são inofensivos. Às vezes, nas meninas, por haver uma baixa súbita de hormonas pode ocorrer na primeira semana de vida uma espécie de menstruação, o que também é normal.

O primeiro cócó dos bebés, chamado mecónio, é castanho-escuro, espesso e difícil de limpar. Dois a quatro dias depois o cócó modifica-se e a cor muda para castanha, verde ou amarela, tudo tons normais. Devem estar atentos às fezes brancas como se fossem "massa de vidraceiro" e mais uma vez falar com o médico assistente. Em relação à consistência podem ser mais líquidos ou menos e, na teoria, não há "prisões de ventre" com o leite materno. Certos bebés têm uma dejecção após cada mamada, outros podem ter uma de 3/3 dias, tal como os adultos. Assim, não é preciso andar constantemente a estimular o rabinho com sondas e clisteres, a não ser que se perceba que o bebé está mesmo desconfortável (irritado, choro gritado, "barriga" dura). Por vezes é tão duro que pode fazer uma pequena fissura anal que sangra, o que é normal, e mais uma vez o médico assistente poderá ajudar.

MB

OUTROS LEITES

Quando o leite da mãe acaba, não é suficiente para alimentar o bebé ou ainda se por algum motivo é necessário parar de amamentar, é preciso recorrer a leites artificiais. Estes não têm todas as características e vantagens do leite materno mas são feitos com grande qualidade, com os nutrientes adequados, permitindo o correcto desenvolvimento e crescimento do bebé. Genericamente existem os leites 1, 2 e 3, em que o 1 é feito até aos 6 meses, o 2 dos 6 aos 12 meses e o 3 depois dos 12 meses. Na prática este último já não é utilizado e geralmente é substituído por leite de vaca em natureza. Existem ainda leites especiais para prematuros, mais adequados às necessidades destes bebés. Os bebés devem beber "leites normais" e os pais só devem usar leites anti-cólicas, anti-regurgitante, sem lactose, etc... por indicação do médico assistente. Existem leites ainda mais específicos para crianças com algumas doenças/alergias como às proteínas do leite de vaca. O leite em pó deve ser preparado com uma medida rasa por cada 30 mL de água e já não é necessário esterilizar biberons ou ferver a água, havendo tetinas adequadas a cada idade, que devem ser limpas após a mamada. O bebé pode ainda beber o leitinho por copo.

MB

ALEITAMENTO MATERNO

O leite é o alimento essencial do bebé nos primeiros 4-6 meses de vida. O leite materno constitui um alimento natural fornecido pela mãe, com inúmeras vantagens: está pronto a oferecer, é gratuito, transmite anticorpos ao bebé, tem um sabor variado, proporciona menos cólicas e menos "prisões de ventre", ajuda o útero da mãe a regredir, ajuda a proteger contra uma futura gravidez ... Os bebés devem mamar em horário e quantidade livres e o aumento de peso é o dado mais fiável do seu bem-estar. É importante que dê de mamar num ambiente tranquilo, com o auxílio de uma almofada de amamentação para o bebé estar bem apoiado. Boas pegas não maceram os mamilos e perpetuam a amamentação.

MB